A jovem judia Ester se tornou rainha ao se casar com Assuero, o rei da Pérsia. Durante este reinado, Hamã foi elevado acima de todos os príncipes que estavam com ele. 1
“E todos os servos do rei, que estavam a porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã, porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava.” (Et 3.2)
Esta atitude de Mardoqueu talvez seja por considerar que a homenagem a Hamã estivesse em conflito com os próprios atos religiosos, pois a justificativa para tal posicionamento era por ser judeu. 2
Deus não se agrada quando seu povo presta tamanha reverência e temor ao homem. 3
Enfurecido com a recusa de Mardoqueu, Hamã convenceu o rei a decretar o extermínio dos judeus com alegações maliciosas e falsas sobre o caráter deste povo. 4
Ester planejando inteceder pelos judeus, ofereceu um banquete ao rei e pediu a presença de Hamã. Durante o banquete, Ester ofereceu um outro no dia seguinte para ambos. 5
“Então saiu Hamã naquele dia alegre e de bom ânimo … ” (Et 5.9)
Como Ester jamais anunciou sua origem judéia, Hamã não pode suspeitar da atitude dela. Em seguida, ele chamou seus amigos e sua esposa Zeres para exibir suas riquezas, honras e poderio.
Ainda falou:
“Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do rei.” (Et 5.13)
“Naquela mesma noite fugiu o sono do rei; então mandou trazer o livro de registro das crônicas, as quais se leram diante do rei.” (Et 6.1)
Foi lido justamente o relato no qual Mardoqueu denunciou um plano cujo objetivo era assassinar o rei. 6
“Então disse o rei: Quem está no pátio? E Hamã tinha entrado no pátio exterior da casa do rei, para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueu na forca que lhe tinha preparado.” (Et 6.3-4)
O rei perguntou a Hamã:
“Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada?” (Et 6.6)
A memória da benevolência de Mardoqueu ao rei foi resgatada no momento exato que mais precisava da misercórdia deste. Pois, seu inimigo estava pronto para o destruir.
O caráter presunçoso de Hamã o fez crer que ele era a pessoa de quem o rei falava. Portanto, respondeu:
“Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça.
E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar!” (Et 6.8-9)
O rei ordenou a Hamã fazer isto imediatamente á Mardoqueu. Logo, Hamã conferiu ao homem que ele mais odiava a honra que desejava para si. Depois disto, voltou para casa triste e humilhado. 7
“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tg 4.6)
Em seguida, Hamã foi direcionado á aquele banquete onde a rainha Ester declarou ao rei que o plano de Hamã exterminaria a ela juntamente com toda sua linhagem, visto que era judia. 8
Logo, o rei se enfureceu contra Hamã, o qual, em seguida, foi enforcado no mesma forca que preparou para Mardoqueu. 9
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.” (Pv 16.18)
Depois destas coisas, “Mardoqueu foi o segundo depois do rei Assuero, e grande entre os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, procurando o bem do seu povo, e proclamando a prosperidade de toda a sua descendência.” (Et 10.3)
Os princípios divinos são progressivamente banalizados no mundo. Portanto, para não desagradar a Deus, seus servos podem tomar decisões que confrontam com idéias consideradas corretas pela sociedade.
Semelhante a Mardoqueu devemos nos posicionar de forma firme e pública ao lado de Deus e de sua Palavra.
“Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem.” (Sl 56.11)
A paz do Senhor!
Referências:
- Et 2.15-17
- Et 3.4
- Dt 10.20; Et 3.4; Mt 10.28
- Et 3.8-11
- Et 5.3-4; Et 5.8
- Et 2.21-23; 6.2-3
- Et 6.10-12
- Et 7.3-6
- Et 7.7-10